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Patricia de Carvalho Monteiro

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Ali nascia um grande pai

Por: Patricia de Carvalho Monteiro

Aproveito a data comemorativa ao dia dos pais para falar sobre o herói do Benício, o papai Leandro. No dia da ultrassom morfológica da 12º semana, após o resultado de uma possível alteração de cromossomo em nosso bebê, ali nascia um grande pai. Lembro como se fosse hoje, saímos mudos e ao chegarmos em casa, ele foi incansável em falar com a médica, marcar a consulta, fechou sua agenda para acompanhar tudo, todos os exames e conversas com os profissionais.

Foi ele quem recebeu o exame e, sozinho, disse que perdeu o rumo, por segundos não sabia voltar ao escritório! Por amor a nós 3, segurou a angústia de me contar o resultado até a volta da minha viagem. Em nossa primeira conversa sobre o que estávamos passando seu argumento me fez ter a certeza que ele seria o pai certo para o nosso anjo…

“Se estamos passando por isso e se vamos ter uma criança com Síndrome de Down, é porque precisamos evoluir!”.

E assim foi…evoluímos juntos! Leandro trabalha no mínimo 12 horas por dia e mesmo cansado, cheio de preocupações do dia-a-dia, chega na maior disposição para brincar com o Benício. A alegria em casa é por conta dele, as melhores brincadeiras e as mais gostosas risadas são com ele. Foi ele quem decorou todas as falas e músicas infantis. Foi ele quem assumiu a parte financeira de casa, para a mamãe ter uma vida mais tranquila no trabalho e assim poder cuidar mais de perto do Benicinho.

Ele é nosso porto seguro! Ele é quem faz tudo por nós! Para o Benício a vida se torna mais leve e mais colorida, tendo esse pai incrível, que não usa capa, mas é o mais valente e corajoso dos heróis! Papai Leandro, amamos você!

Ele consegue e com o maior orgulho

É sempre bom trocar experiências e aprender a partir de outras histórias e vivências, por isso trazemos mais uma novidade: agora teremos colunistas no site! Nesta semana, a Patrícia Carvalho se apresenta e conta um pouco sobre a sua história.

Por: Patrícia Carvalho

Meu nome é Patrícia, tenho hoje 43 anos, sou mãe do Benício, ou Benicinho para os mais próximos. Fui professora de Geografia por 17 anos e, por uma decisão familiar, troquei completamente a profissão para analista de marketing. Essa decisão veio para um horário mais flexível e assim poder me dedicar mais ao nosso pequeno.

Fiquei grávida com 38 anos e logo na 12º semana, durante o ultrassom morfológico, descobrimos que nosso filho teria a Trissomia 21. Ao sairmos do laboratório, nós dois no mais absoluto silêncio, perdemos a noção de espaço e tempo, minha sensação era como se flutuasse e meus pés não estavam tocando ao chão, minha mente ficou como um papel
em branco, onde não conseguia ver onde estava e o que estava fazendo ali.

Ao chegarmos em casa ligamos para minha médica, que por sinal é um anjo em nossas vidas, e todo apoio nos foi dado, mas uma sensação de vazio, de um medo do futuro tomou conta de nós. Ao escrever esse texto, me vem a lembrança do meu medo de não poder morrer mais, já que na minha falta de conhecimento do assunto, achava que teria uma criança para vida toda. Hoje o Be já está com cinco anos, lindo, saudável e muito esperto. Louco por futebol e beijoqueiro com os amigos.

Ele nos trouxe a possibilidade de transformação de vida, onde os momentos mais simples e as pequenas conquistas são vividas intensamente.

Atualmente vejo um futuro de um homem comum ao meu filho, já que tudo ele consegue fazer, um pouco mais lento que os outros, com mais dedicação, estímulos e esforços que as outras crianças da sua idade, mas ele consegue e com o maior orgulho.


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