É sempre bom trocar experiências e aprender a partir de outras histórias e vivências, por isso trazemos mais uma novidade: agora teremos colunistas no site! Nesta semana, a Patrícia Carvalho se apresenta e conta um pouco sobre a sua história.
Por: Patrícia Carvalho
Meu nome é Patrícia, tenho hoje 43 anos, sou mãe do Benício, ou Benicinho para os mais próximos. Fui professora de Geografia por 17 anos e, por uma decisão familiar, troquei completamente a profissão para analista de marketing. Essa decisão veio para um horário mais flexível e assim poder me dedicar mais ao nosso pequeno.
Fiquei grávida com 38 anos e logo na 12º semana, durante o ultrassom morfológico, descobrimos que nosso filho teria a Trissomia 21. Ao sairmos do laboratório, nós dois no mais absoluto silêncio, perdemos a noção de espaço e tempo, minha sensação era como se flutuasse e meus pés não estavam tocando ao chão, minha mente ficou como um papel
em branco, onde não conseguia ver onde estava e o que estava fazendo ali.
Ao chegarmos em casa ligamos para minha médica, que por sinal é um anjo em nossas vidas, e todo apoio nos foi dado, mas uma sensação de vazio, de um medo do futuro tomou conta de nós. Ao escrever esse texto, me vem a lembrança do meu medo de não poder morrer mais, já que na minha falta de conhecimento do assunto, achava que teria uma criança para vida toda. Hoje o Be já está com cinco anos, lindo, saudável e muito esperto. Louco por futebol e beijoqueiro com os amigos.
Ele nos trouxe a possibilidade de transformação de vida, onde os momentos mais simples e as pequenas conquistas são vividas intensamente.
Atualmente vejo um futuro de um homem comum ao meu filho, já que tudo ele consegue fazer, um pouco mais lento que os outros, com mais dedicação, estímulos e esforços que as outras crianças da sua idade, mas ele consegue e com o maior orgulho.
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