Diogo Soares Carlo Carmo, de 5 anos, era um menino alegre, sorridente, que tinha Síndrome de Down, faleceu dia 28/04/2019, após esperar mais de 15 horas por atendimento no corredor do Hospital Materno Infantil, em Goiânia.

O caso que não foi considerado prioridade no hospital, recebeu uma ficha amarela que quer, dizer precisa de atendimento médico, porém sem risco. Todo o caso é um absurdo, mas podemos começar daí sendo o começo dessa tragédia, toda pessoa com alguma deficiência deve ser prioridade, no caso da Síndrome de Down isso é ainda mais delicado devido a baixa imunidade. Se deve agir com rapidez para ser resolvido ou pode se tornar algo muito grave, que foi o que aconteceu com o Diogo.

Diogo passou mal na segunda-feira (25), e os pais o levaram ao Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) de Campinas. “Estava com suspeita de dengue, passaram medicação, retornou para casa”, disse Vinícius Alexandre, tio do garoto. Como o menino não melhorou, os pais o levaram na quinta-feira (28) ao HMI. A unidade estava superlotada e interna pacientes em cadeiras da sala de espera e corredores. Em uma das cadeiras, estava Diogo.

Por e-mail, a Secretaria de Estado da Saúde disse que “a criança foi atendida e permaneceu nas cadeiras com a mãe, recebendo o tratamento prescrito e aguardando vaga em leito”.

“Porém, o quadro da criança evoluiu com muita gravidade não respondendo às manobras de ressuscitação na sala de reanimação, e às 13:55 foi constatado óbito”, afirma.

A família está revoltada com a situação, uma das tias pergunta, “Quantos Diogos vão ter que morrer para que isso mude?”

Realmente é um descaso total não só com as crianças mas com todas as pessoas que passam por essa situação, onde em plena capital de Goiânia não conseguem o básico de um pronto atendimento no hospital que é referência na capital.

A diretora do hospital Rita de Cássia Leal, deu uma entrevista falando que vai continuar recebendo pacientes nessa situação, pois não pode negar atendimento para quem os procura, pois pode responder o omissão de socorro.

A morte do menino Diogo só tornou ainda mais público um problema que já está grave a um tempo, antes da morte de Diogo, no domingo (24), uma pediatra escreveu uma carta de desabafo sobre a situação do hospital. Na ocasião, havia dois médicos de plantão para consultas, partos, análise de pacientes e orientação de residentes: “Trabalhamos ininterruptamente o dia todo”.

Mesmo depois de 12 horas de plantão, a pediatra disse que não teve coragem de ir embora e deixar os pacientes. Ela também cita a situação das enfermeiras: “Enfermagem reduzida trabalhando, incansavelmente, com inúmeros medicamentos para fazer e mães para atender”.

A falta de leitos no HMI foi denunciada em outras situações por pais de pacientes que também estavam recebendo tratamento nos corredores da unidade. Mães relataram que estavam há dias com os filhos em cadeiras.

Na época, a administração do hospital informou que a superlotação ocorria por falta de especialistas na rede pública municipal. Outra razão apontada foi a política deles de não negar atendimento a quem os procura, mesmo que os casos sejam menos complexos do que os usualmente recebidos pelos médicos do local.

Também na época das denúncias, a a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que planeja inaugurar uma maternidade ainda este ano para desafogar o atendimento pediátrico.

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