Aqui em casa buscamos manter uma alimentação saudável. Sempre que possível optamos por alimentos orgânicos, ricos em vitaminas e frescos. Evitamos comer produtos com conservantes, com muito açúcar e frituras. Sempre adaptamos as receitas para dar às crianças melhores opções.
Hoje a nossa receita usa como ingrediente principal a sardinha da Robinson Crusoe, a empresa ficou sabendo do benefício que a sardinha proporciona às crianças com síndrome de Down e nos enviou algumas latas. Adoramos!
Sempre compartilhamos aqui informações sobre a importância da sardinha e peixes ricos em Ômega 3 para o desenvolvimento. Alimentos que contém Ômega 3 são fundamentais na alimentação de crianças com síndrome de Down, pois contribuem para o desenvolvimento cerebral, auxiliam na cognição, na memória, atenção e raciocínio.
Encontramos o hambúrguer de sardinha lá no site do Guia infantil, é uma receita deliciosa e simples para as crianças botarem a mão na massa e ajudarem no preparo. É barata, fácil de fazer, rápida, saudável e uma ótima forma de inserir peixe na alimentação de crianças que costumam virar a cara para os pescados. Então, faça em casa também. Anotei aí!
Você vai precisar dos seguintes ingredientes:
1 lata de sardinha (Aqui usamos o próprio óleo da sardinha na receita)
1 ovo
½ xícara de farinha de rosca
½ cebola ralada
1 tomate (sem a pele) bem picado
1 colher (sopa) de cheiro verde
1 colher (café) de alho picado
Óleo, sal e pimenta a gosto (a pimenta fica a critério de cada um)
Preparo:
1- Tire as sardinhas da lata, escorra bem. Tire as espinhas, caso tenha, e desfie a sardinha numa tigela.
2- Acrescente o alho, o cheiro verde, a cebola e o tomate à tigela com a sardinha desfiada, e misture tudo.
3- Quando tiver tudo misturado, coloque o ovo, o sal e a pimenta. Amasse tudo com um garfo até que se juntem bem.
4- Acrescente a farinha de rosa e amasse tudo com as mãos, até que se forme uma mistura que seja possível moldar.
5- Faça os hambúrguer com uma grossura de 2 cm aproximadamente.
6- Agora você pode optar por assar ou fritar. Aqui escolhemos assar no forno. Caso prefira frito pincele de óleo uma frigideira e frite os hambúrgueres até que fiquem dourados dos dois lados.
Nós fizemos para o jantar do domingo e as crianças adoraram participar do preparo e depois da degustação!
Conheça a criadora da Papinhas Fora de série, uma página cheia de informações, dicas e receitas saudáveis, especialmente para as crianças com T21.
Finalmente! Esperei
tanto por essa entrevista, que prazer foi conversar com essa querida! Apresento
aqui a Marcela, que realiza um trabalho de muita dedicação e empenho. Trabalho
esse que tenho acompanhado há alguns meses, desde que a Mônica Xavier, do
Instituto Empathiae indicou.
O mundo da Trissomia
21 é gigante, acabamos conhecendo novas famílias, novas páginas, novos perfis
e, sem dúvida, é uma troca. Aprendemos uns com os outros. Neste caso, tem sido
assim. Acessar a página da Marcela é um ganho. Tem muita coisa boa e eu já
adianto, vale a pena conferir!
Advogada de formação, a Marcela Garcia Fonseca se dedicou à carreira acadêmica por algum tempo. Ela é mestre em Direito Internacional e Doutora em Relações Internacionais. Sempre trabalhou para a administração pública e privada na área de Relações Internacionais.
Hoje, ela é mãe do Henrique, principal motivação para
levá-la a um novo caminho, o de criar conteúdo. Ela é idealizadora da página
Papinhasforadeserie.com, que tem por objetivo difundir a existência de uma
dieta específica para pessoas com T21 – Trissomia 21, mais conhecida como
síndrome de Down.
Fiz algumas perguntas e olha… rendeu. Foi um ótimo papo,
um conteúdo riquíssimo. Confira abaixo:
Chico e Suas Marias: Gostaria que falasse um pouco sobre
a sua história. A Mudança de país e adaptação. Agora está em Santos?
Marcela: Nos
mudamos para Montevidéu, no Uruguai, em 2015 e dentre os meus planos estava
seguir a carreira de internacionalista, mas logo após a mudança eu engravidei e
decidi que ficaria cuidando da minha saúde para ter uma ótima gestação e foi
exatamente o que aconteceu.
Sobre a adaptação, eu costumo dizer que mudar para
Montevidéu não me exigiu adaptação, salvo o clima frio, e que demorei muito
mais tempo para me adaptar mesmo quando me mudei para São Paulo. Quem se adapta
a São Paulo, pode viver em qualquer outra cidade.
Foram 10 anos que vivi longe de Santos, a minha cidade
natal, quatro deles em São Paulo, um em Barcelona e cinco em Montevidéu. Agora
voltamos a Santos para estar mais perto da família, para que o Henrique conviva
mais com os seus avós, tias, com o primo e com os nossos amigos mais próximos.
Mas também para que eles possam conviver com o Henrique – é uma via de mão
dupla, um relacionamento em que todos ganham, crescem e enriquecem.
CM: Sobre a maternidade, como mudou sua vida? Pode falar
das alegrias, descobertas, dos medos e aprendizados?
M: A maternidade
só me “henriqueceu”!!! (risos) Essa sua pergunta dá um livro! Mas me deixa
falar que te conto tudo.
A vida mudou totalmente, desde o primeiro momento. Quando
soube que estava grávida e fiquei super empolgada e ao mesmo tempo com medos e
inseguranças. Claro! Mil dúvidas! Porque a maternidade é a maior experiência da
vida de uma pessoa e comigo não foi diferente.
Quando eu engravidei estava com sobrepeso, então o meu
primeiro passo foi uma conscientização alimentar. Retirei todas aquelas coisas
industrializadas da nossa geladeira e da nossa despensa. Desde refrigerante,
passando por salgadinhos, que eventualmente comprávamos, até os cereais
matinais sem açúcar, que todo mundo acha que é saudável, e eu também achava, as
bolachas doces e salgadas, as torradas de pacote e principalmente os sucos de
caixinha.
Então a maternidade começou a mudar a minha vida já durante
a gestação. Eu sempre quis tanto ter um filho que queria estar o mais saudável
possível para ele e isso na minha cabeça sempre esteve relacionado à boa
alimentação. Mas não era somente isso, certo? Eu que já havia começado as aulas
de ioga, entrei também no pilates para ganhar mais tônus muscular e caminhava
muito pela Rambla, claro! Como boa santista que adora caminhar no calçadão da
praia, em Montevidéu a Rambla foi a minha esteira predileta.
Como eu vinha de uma rotina estressante em São Paulo, a vida
de gestante me levou para uma outra esfera, muito mais calma e com uma nova
perspectiva. Eu posso afirmar que curti cada dia da gestação, que foi
maravilhosa!
Então o Henrique nasceu e continuou mudando a minha vida sempre paramelhor. Nessa caminhada de 3 anos e 8 meses conheci muitas mães e pais que tiveram filhos com alguma deficiência e muitas mães que tiveram como nós, filhos com T21, e sempre escutei falar nesse luto, nessa tristeza, num amargor que eu não senti. Comigo aconteceu assim: o Henrique nasceu e como ele era um bebê muito desejado e esperado, o nosso amor só inflou, cresceu e se expandiu e segue crescendo incrivelmente, cada dia mais. Cada conquista do nosso Kique foi e segue sendo uma alegria imensa em nossos corações.
O nosso
desconhecimento em relação aos aspectos específicos da T21 fomos diminuindo e
extinguindo com estudos e informação. O meu marido e eu nos debruçamos na
literatura sobre o tema e fomos aprendendo com os especialistas e com cada um
dos médicos, de todas as áreas que visitamos e com cada terapeuta que atendeu o
Henrique. A informação é para nós a fonte mais importante para romper
determinados mitos e medos que nós mesmos carregávamos e que geralmente as
pessoas têm acerca das pessoas com deficiência.
Outro aspecto que
considero muito importante nessa caminhada foi o contato com pessoas com T21 e
também com outras deficiências físicas e intelectuais, nas clínicas que
frequentamos e nos eventos que participamos. E, também de ter a sorte de ter
uma amiga muito próxima lá no Uruguai, cuja filhinha também tem T21 e é uma
verdadeira princesa, a Filippa. Esse convívio é fundamental para romper mitos,
dúvidas, medos e eventuais preconceitos que qualquer pessoa pode ter a respeito
de uma pessoa com T21. Não basta apenas ler, apenas estudar e apenas ficar
restrito ao mundo dos consultórios. A vivência é o que nos transforma,
sensibiliza e nos alerta para o que é importante na vida das pessoas com
deficiência. Essas três vias são complementares. A tríade representa a grande
descoberta, o grande aprendizado e a mudança de vida mais importante.
CM: E o seu bebê fora de série, o Henrique? Pode falar
sobre alimentação, desenvolvimento e etc.
M: O meu bebê
fora de série agora já é um menininho! A “coisa mais linda deste universo”,
como eu costumo dizer a ele. Ele é um menino muito saudável, muito forte e
inteligente. O sorriso é contagiante e muitas pessoas me dizem que já “ganharam
o dia” apenas com o fato de terem sido alvo de um sorriso dele. O carinho que
recebemos também é imenso porque o Henrique é muito sociável, muito simpático e
adora cumprimentar as pessoas e mandar beijos. Muita gente se derrete com ele.
Sobre alimentação e desenvolvimento, não vejo como essas duas vertentes poderiam não andar juntas. Uma está intrinsecamente ligada à outra. Tem pais que desejam acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos, e exigem avanços, mas se esquecem que para que a criança responda aos estímulos, ela deve estar muito bem nutrida. Não é alimentada, somente, mas nutrida mesmo. E estar bem nutrida é receber um acompanhamento específico, sobre quais são os alimentos mais importantes para uma criança com T21, aqueles que não podem faltar no cardápio da semana, quais são os ingredientes-chave que devem ser utilizados na preparação das refeições e quais são aqueles alimentos “proibidos” que não devem compor o cardápio.
CM: Como foi todo o processo para chegar às papinhas,
criar um site e compartilhar tudo que aprende?
M: Realmente foi
todo um processo mesmo! Primeiro comecei errando feio, preparando papinhas que
fizeram mal para o meu então bebê. Como toda mãe de primeira viagem, preparei
papinhas com vários tubérculos e carnes, tudo o que não se deve fazer para
bebês que ainda não tem dentes! Eu aproveitei a visita de um casal de amigos
com um filhinho que também estava iniciando a introdução alimentar e cozinhei
para os dois já me sentindo uma mestre cuca, mas nem sabia o que viria pela
frente.
Como o Henrique ainda não tinha dentes, justamente não
poderia comer a carne e muito menos os tubérculos na mesma papinha porque são
alimentos que prendem o intestino e foi bem o que aconteceu.
Então entrei em contato com o Dr. Zan Mustacchi que é o
médico pediatra e geneticista que acompanhou o meu filho desde os 2 meses e ele
me disse que eu deveria seguir a dieta dele, que era uma dieta direcionada para
bebês com T21. Foi nesse momento que me dei conta que eu havia errado nas
papinhas, e que eu havia feito mal para o meu bebê e que eu não havia me
informado o suficiente. Olha, foram dias difíceis.
Mas, a boa notícia foi que automaticamente a alimentação
correta regularizou o intestino do meu bebê e eu, animadíssima resolvi aprender
a cozinhar com a lista de alimentos do Dr. Zan.
Comecei a perceber que o que eu estava fazendo era totalmente desconhecido para todos ao meu redor, tanto para a minha família, como para os amigos e para os pais de crianças com T21 com quem eu conversava e trocava informações. Ninguém jamais havia ouvido falar em oferecer cogumelos, algas marinhas, couve-flor, aspargos, acelga, grão de bico, quinoa e tantos outros grãos, legumes e verduras para os bebês logo nas primeiras papinhas.
Diante disso resolvi
mergulhar nos livros e os livros de cozinha para bebês dizem tudo o contrário,
por isso quase enlouqueci no começo, até que passei noites em claro estudando e
tentando encontrar respaldo em outras dietas até que finalmente fui
identificando o tipo de literatura adequada e tranquilizando o meu coração. É
claro que sempre acreditei no Dr. Zan, mas queria compreender a origem daquela
lista de alimentos, queria identificar em outras dietas a mesma lógica.
Então depois que as
papinhas começaram a “funcionar” e utilizo essa expressão porque as papinhas
são super funcionais mesmo, foi depois de ter isso ao longo de vários meses que
resolvi colocar no ar o site. O objetivo surgiu de uma necessidade minha de
compartilhar esse conhecimento de uma forma leve e acolhedora. Eu queria
difundir o conhecimento e não represar somente para mim. Queria muito que
outras mães pudessem ter acesso direto à informação no google buscando por
exemplo: papinhas e síndrome de Down.
CM: Você sempre fala sobre a dieta do Dr. Zan, como esse
aprendizado ajudou na introdução alimentar e quais benefícios ela trouxe para o
Henrique?
M: A dieta do Dr.
Zan salva vidas! Eu não tenho a menor dúvida em te afirmar isso. Primeiro
porque a dieta respeita o tempo de cada bebê, de cada criança. Veja bem, as
dietas regulares afirmam que com 6 meses o bebê já pode comer carne. Esta é a
idade em que, em regra, para uma criança comum os dentes estão começando a
crescer, enquanto que para um bebê com T21 a dentição será, em regra, tardia. E
é a dentição que determina que o bebê está apto para começar a comer outras
coisas que não somente o leite materno. Ocorre que se o bebê ainda não tem
dentes, ele não tem a capacidade de digerir as enzimas da carne e da proteína
animal, ou seja, nesse período é melhor esperar para oferecer carne, ovos,
iogurte e queijos. Quando o bebê começa a comer essas coisas antes do
nascimento dos dentes, ele pode ter de imediato a constipação intestinal e
outras complicações. E como é sabido, os bebês devem evacuar ao menos uma vez
ao dia. Ao longo desta caminhada soube de casos de mães que vieram conversar
comigo, com crianças que ficam vários dias sem conseguir evacuar por conta de
uma alimentação equivocada. É perigosíssimo.
Bem, então só para deixar claro a dieta salva vidas porque
não permite que os bebês, crianças, jovens, adultos e velhos fiquem
constipados.
Ela salva vidas porque explica que as pessoas com T21 são hipotônicas também no aparelho digestivo que começa aonde? Na boca! Então há uma orientação específica do Dr. Zan que vem salvando muitas vidas também. É a recomendação para que se prepare a carne de vaca (carne de gado) de forma moída e não em pedaços ou bifes. Isso porque a carne de gado é a carne cujas fibras são as mais difíceis de serem rompidas e quando a criança ou mesmo o adulto se engasga com essa carne, há muita dificuldade em expeli-la de volta. O indivíduo fica roxo, sem ar e pode até morrer por asfixia.
Agora o lado bom são os benefícios que a dieta traz para o
indivíduo com T21 ter mais qualidade de vida. Ou seja, não se trata somente de
restringir e de evitar e alertar, mas de inserir os alimentos aliados da
neuronutrição, de uma vida mais saudável e com menos possibilidade de doenças.
Por isso, para te responder em relação ao Henrique, com certeza vou começar com o benefício da facilitação da digestão. Depois posso enumerar outros benefícios que estão explicados com mais detalhes na minha página, tais como a neuronutrição; a ação antioxidante que combate os radicais livres; a ação anti-inflamatória; o fortalecimento do sistema imunológico; a manutenção do peso; a absorção de nutrientes pela via natural (e não sintética); o estímulo sensorial, entre outros benefícios que eu diria que são os benefícios da epigenética. Ou seja, se nos conformarmos com a genética, saberemos que há certas doenças que os nossos filhos tendem a desenvolver, por sua própria condição genética. Mas eles não estão fadados a essas eventuais doenças. Ao contrário. A depender do meio em que vivem, do contato com a natureza, dos esportes que praticam, do ar que respiram, é possível remar contra a corrente e influir de forma a evitar tudo isso. Imagine se dentre essas variáveis inserirmos uma alimentação saudável e rica em nutrientes, em alimentos antioxidantes, anti-inflamatórios, alimentos que fortaleçam o sistema imunológico e alimentos que sejam nutritivos para o cérebro e que não agridam o sistema digestivo!?! Eis um aporte significativo na vida dos nossos filhos. Um aporte que nós, como pais, podemos deixar como legado para uma vida adulta, com autonomia.
O tema do dia
internacional da síndrome de Down de 2020, previsto pelo ONU, é “nós
decidimos”. Enquanto pais temos que
orientar nossos filhos hoje, para que eles mesmos decidam amanhã.
CM: Como é o dia a dia no Uruguai? E o processo de
escola, médicos e terapias?
M: O Uruguai é um
país lindo e pra mim sempre foi um lugar mágico. Depois que o Henrique nasceu
lá, então se tornou ainda mais importante pra mim e pra toda a família que
também adora o “paisito”, como é chamado.
Este país nos acolheu e foi muito bom para nós enquanto
unidade familiar. Estarmos sós nos fortaleceu demais. Ter o primeiro filho em
outro país e ainda mais com T21 foi um grande desafio, mas o Uruguai nos deu a
serenidade, a calma para podermos respirar, crescer e viver intensamente os
primeiros anos de vida com o nosso filho. Lá aprendemos muito e convivemos com
pessoas maravilhosas. Fizemos amigos novos e nutrimos velhas amizades.
A rede de profissionais em Montevidéu também foi muito
acolhedora, ainda com uma “pegada” que não é a mesma de São Paulo, porque São
Paulo é incomparável, é um dos centros de medicina mais avançados do mundo
inteiro, então eu te diria que em Montevidéu tudo ainda é mais calmo. Tudo
demora mais para chegar. O que realmente me chocou foi o fato de não haver um
médico especialista em T21 em todo o país e depois fiquei sabendo que não é
somente lá. Mas por sorte tínhamos São Paulo ao lado. Mas tivemos uma rede de
médicos excelentes e de terapeutas também. Não posso reclamar. Ao contrário,
sou só elogios.
A estimulação precoce começou com 3 para 4 meses com a
fisioterapia e com 5 para 6 meses a fonoaudiologia. E com 6 meses começamos na
matronatação. Na matronatação íamos juntos o meu marido e eu e nós dois
entravamos na piscina com o Kique. Eu sempre levava o Kique ao parque para
brincar no balancê que ele adora! E sempre fiz tudo com ele. Ele ama passear.
A escolinha também foi muito importante porque funcionou
como uma segunda casa pro Henrique. Ele começou com 2 aninhos e com 2 anos e 6
meses começou a fazer arteterapia também.
Henrique e a mãe em um feira, em Montevidéu.
Sem a família por perto eu fazia tudo sozinha. O Henrique
nunca teve babá e eu tinha uma empregada que cuidava da casa somente, mas claro
que quem cozinhava era eu, obviamente. E por causa disso desenvolvi o hábito de
estar sempre à frente com o cardápio, com a comida do dia seguinte, com a
feira, com as compras no empório de grãos, os temperos especiais, as carnes, os
peixes e por aí vai. Aprendi a comprar, a selecionar, a preparar, a cozinhar de
tudo. Aprendi a armazenar a comida também. Foi realmente um grande aprendizado
nesse sentido.
CM: Quer deixar algum recado?
M:
Nós como pais de pessoas com T21 temos a obrigação de conhecer e de
proporcionar as melhores oportunidades de vida para os nossos filhos. Dentre
todas as oportunidades que podemos oferecer, como a estimulação precoce, as
terapias, os esportes, o acompanhamento de especialistas, a educação e por aí
vai, há um cuidado específico que é transformador e que esse nós podemos
providenciar diretamente, que é a alimentação. E por que não? Mãos à obra e
vamos cozinhar porque a inclusão tão sonhada começa na cozinha!
CM: Quais dicas pode nos dar?
M: Cozinhar em casa é sempre melhor. Tudo o que é feito em casa é mais saudável porque nós sabemos a origem do que estamos comendo. Vale o tempo e o trabalho!
Em casa sabemos, por exemplo, com que óleo foi feita a nossa comida, porque podemos escolher. Os melhores são: azeite de oliva, óleo de uva e manteiga guee.
Variar sempre também é importante. Eu sempre digo: variar para não cair na monotonia alimentar! Às vezes nos vemos comendo a mesma comida sempre. Temos que incorporar esse rodízio de grãos, de legumes, de verduras, de tubérculos, de frutas e até mesmo de temperos. Os mais antioxidantes e benéficos são: sálvia, cúrcuma com pimenta negra, alecrim, tomilho, erva doce, coentro, orégano fresco, manjericão e outros.
Henrique em um feira livre, em Montevidéu.
CM: Diante do atual cenário,e que não pode faltar na cozinha contra o coronavírus?
M: Claro que o que todo mundo já sabe é muita limpeza e assepsia. Ir comprar os alimentos tem sido uma tarefa dura mesmo. Há um medo no ar. Ainda acho que não é o momento de estocar comida e que podemos comprar comida fresca. Tem gente que já começou a cozinhar e congelar.
Mas o que não vai faltar no cardápio nesse
período, vou listar esses alimentos que atuam no fortalecimento da imunidade
das pessoas com T21 de todas as idades e claro, vão fortalecer a imunidade de
toda a família também. A lista completa está na última etapa da dieta do Dr.
Zan, que divulgo no meu site: https://papinhasforadeserie.com/fases-da-dieta/ingredientes-10-dentes/
Aqui vou listar os mais importantes, que agrupei para poder inserir mais de 10:
raízes: inhame, abóbora cabotiá
ovos e cogumelos frescos: portobelo, branco, paris, shitake, shimeji, mini-cogumelos e outros
algas marinhas, alho
frutas: vermelhas, cítricas, caqui, abacaxi
grãos: grão de bico, feijão azuki, quinoa, arroz negro, vermelho
legumes: couve-flor, berinjela, brócolis
verduras: kale, couve, acelga, espinafre
peixes: de mar de águas profundas, anchovas, sardinhas
frutos do mar: polvo, caranguejo, siri, ostras
castanha do Pará (rica em selênio, pode ser servida ralada sobre a comida) e castanha de caju (rica em zinco, pode ser ralada)
É muito importante também fazer cozidos de carne com ossos e de peixe com as espinhas para fortalecer o sistema imunológico. E pode-se acrescentar os legumes, grãos, verduras e temperos preferidos.
Henrique em um feira, em Montevidéu.
Henrique e a mãe em um feira, em Montevidéu.
CM:Quais não devem entrar na cozinha?
M: Nesse momento que estamos vivendo acho que enquanto pudermos fazer as compras: feira, supermercado, empório, casa de carnes, peixaria então estamos bem. O problema será se tudo isso se restringir em um par de semanas. Então estaremos à mercê de produtos industrializados. Tomara que não aconteça.
Aqui em casa, tem um produto industrializado
que não deixo faltar que é o suco de uva integral (orgânico) que eu compro de
um produtor que já fui visitar lá no Rio Grande do Sul. Esse suco tem
propriedades maravilhosas para as crianças e adultos com T21.
Em geral o que todas as dietas antioxidantes, anticâncer, as crudiveganas e as dietas que apostam nas Smart Foods dizem é que não se deve comer:
comida industrializada
açúcar branco
sal fino
farinha de trigo branca e integral (glúten)
Lácteos (não se aplica para bebês e crianças pequenas)
A dieta do Dr. Zan apresenta alguns alimentos que devem ser evitados, a depender da biodisponibilidade de cada indivíduo. Mas ele acentua, por exemplo, que deve-se evitar também a mandioca e seus derivados. Aqui uma lista importante para se ter em conta:
• Mandioca • Pão de queijo • Biscoito de polvilho • Tapioca • Farofa feita a base de farinha de mandioca • Alimentos sem glúten (quando contém farinha de mandioca)
Agora, as especificidades de cada etapa da
dieta não caberia listar aqui, porque já nos alongamos demais, certo? (risos).
As listas completas separadas por grupos de alimentos estão disponíveis na
minha página. https://papinhasforadeserie.com/fases-da-dieta/
A base das nossas receitas é uma fruta que contém vários nutrientes, conhecida como grande aliada de atletas, pois é rica em fibras e ajuda a evitar cãibras. A banana é uma fonte de potássio, vitaminas C e vitaminas B1, B2, B6, além disso, apresenta minerais como magnésio, cobre, manganês, cálcio, ferro e ácido fólico. A fruta conta também com compostos antioxidantes como a dopamina e catequina.
Pensando em uma alimentação saudável escolhemos duas opções de panquecas, cujo as bases são bananas, mas os ingredientes usados são diferentes. Você escolhe o que mais te agrada
Panqueca de banana com quinoa em flocos ou aveia
Ingredientes
1 Banana nanica madura;
Canela em pó a gosto;
1 ovo (Se puder opte pelo orgânico);
1 colher de sopa de quinoa em flocos ou aveia (fica a seu gosto).
Modo de preparo
Amasse bem a banana. Com um garfo misture ela com os outros ingredientes e bata. (Você pode usar o liquidificador se preferir). Unte uma frigideira com óleo de coco e deixe aquecer em fogo baixo. Despeje a mistura na frigideira aquecida e deixe dourar um lado, depois vire e doure o outro. Sirva!
* A finalização fica ao seu gosto, mas você pode comer com mel e terá uma ótima combinação.
Panqueca de banana com farinha de amêndoas
Ingredientes
1 banana nanica madura
1 ovo (Se puder opte pelo orgânico);
1 colher (de café) de canela em pó;
1 colher (de café) de essência de baunilha;
3 colheres (de sopa) bem cheias de farinha de amêndoas;
2 colheres de sopa de leite de amêndoas.
Modo de preparo
Primeiro bata todos os ingredientes no liquidificador. Enquanto estão batendo, aqueça uma frigideira antiaderente e coloque uma colher de sopa por vez para fazer mini panquecas. (Caso tenha receio de grudar, unte com óleo de coco). Deixe dourar um lado, depois vire e dore o outro. (Mais ou menos 2 minutos cada lado). Sirva como preferir!
*O mel é uma boa combinação e para decorar podem ser usadas algumas amêndoas.