Nossa entrevista de hoje é com a Dra. Maria Paula Robero, Graduada em Fonoaudiologia pela PUC-SP em 1987. Fonoaudióloga do CER Butantã da Prefeitura de São Paulo 1993 a 2016, e da Clínica FAU 1987 a 2016. Mestre em Ciências pela FMUSP 2011. Profa. convidada do Curso de Especialização em Sindorme de Down – Modulo de Audiologia – do CEPEC-SP.

Ela irá nos dar dicas de audição e aprendizagem na Síndrome de Down. Vamos lá?

Audição

“Quem ouve bem aprende melhor!?”. Embora uma boa adição não possa garantir uma comunicação eficaz, é fácil compreender que seu prejuízo implicará em algum grau de comprometimento no contato com o outro. A audição é o sentido que funciona dia e noite, contribuindo para a preservação das espécies. O desenvolvimento da fala humana nos dintinguiu. Pensamento e Linguagem se desenvolvem a partir de nossas experiências, bem como nossa audição.

Os problemas de audição variam basicamente em tipo e grau, a depender da porção da orelha acometida, e de sua causa. O pediatra, ou quando necessário o otorrinolaringologista, costumam avaliar clinicamente as orelhas e solicitar exames audiológicos. As características anatômicas das orelhas das crianças com SD não estão relacionadas às perdas auditivas.
As frequentes infecçōes das vias aéreas superiores contribuem para a alta ocorrência de alteraçōes auditivas, em sua maioria de grau leve a moderado. Felizmente são transitórias e tratáveis: as otites medias. A presença comum da cera que protege o conduto auditivo, quando em excesso, deve ser removida pelo médico.

Saúde Auditiva:

A melhor maneira de garantirmos uma boa saúde auditiva é sem dúvida a prevenção. O aleitamento com o bebê praticamente sentadinho, diminui muito o afluxo de leite e/ou secreção das vias aéreas para dentro da cavidade da orelha média. Tal passagem ocorre pela estrutura anatômica que abre e fecha quando engolimos ou bocejamos, chamada tuba auditiva. Sua disfunção pode ser investigada no exame chamado Imitanciometria, que faz parte da Avaliação Audiológica Infantil de rotina.

Quando avaliar a audição:

A triagem auditiva neonatal (T.A.N.) é lei, e fundamental, mas só ela não garante o futuro auditivo da criança.

Para ter acesso ao protocolo e saber quando avaliar a audição de seu filho, consulte as “Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down” em http://sage.saude.gov.br/pdf/viverSemLimite/ler_pdf.php?file=Diretriz_Sindrome_de_Down_M

O que você pode fazer:

Tratar rapidamente gripes e resfriados, e seguir as orientaçōes pediátricas de higiene das vias aéreas, ajudará na prevenção dos problemas transitórios.
Sua observação em casa, e também das demais pessoas que convivem com a criança são fundamentais para que os profissionais próximos à você saibam se é necessário antecipar a investigação audiológica periódica. Embora menos prevalentes, também podem ocorrer alteraçōes severas e/ou profundas, uni ou bilaterais, e quanto mais cedo forem detectadas, menor o impacto na vida da criança e da família, garantindo o início breve da reabilitação auditiva.

Por isso, fale, brinque, ouça e desfrute do prazer da comunicação humana com seu pequeno. Sem dúvida um ato de amor, mas também de cuidado para a saúde da comunicação!

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