Sempre digo que o nascimento do Chico mudou a minha vida, do pai e de toda a nossa família. Hoje celebramos uma data muito especial. Na época foram muitas as incertezas e dúvidas, mas sempre acreditamos. Após cinco anos comemoramos a saúde do nosso filho. Quando ele tinha apenas quatro meses, nesta mesma data, passou por uma cirurgia para corrigir a cardiopatia e essa foi a primeira etapa dessa vida cheia de descobertas.

Foi graças ao Chico, que passei a dedicar-me em mudar as vidas de outras famílias. Apoiando, levando informações e mostrando que a pessoa com síndrome de Down pode ser o que ela quiser, dentro do seu próprio tempo.

Cardiopatia e a Síndrome de Down

Segundo o Guia do bebê com síndrome de Down, escrito pelo Dr. Zan Mustacchi, cerca da metade das crianças nascidas com síndrome de Down apresentam alguma complicação no coração ao nascer. São más-formações estruturais, que ocorrem nos três primeiros meses da gravidez e nem sempre são detectadas pelo ultrassom.

Apenas o ecocardiograma fetal bimensional com Doppler acoresor (ECO) pode determinar com exatidão a existência de um problema cardíaco. Na décima segunda semana de gestação é possível medir a translucência nucal através de um exame de ultrassom. Quando as medidas são maiores que 3 mm caracterizam algum problema congênito e, nesse caso, normalmente é recomendado um cariótipo (exame genético) e a realização do ECO fetal.

Tetralogia de Fallot

No caso do Chico, a cardiopatia era congênita cianogênica de hiperfluxo pulmonar (Tetralogia de Fallot). Os sintomas mais recorrentes são as crises de cianose (arroxeamento da pele). Esses desencadeados principalmente pelo esforço físico, nos casos de anemia, nos processos febris e nos casos de desidratação.

Neste caso não pode haver restrição no consumo de líquidos. É importante que a criança portadora de T4F esteja sempre bem hidratada e tenha sempre oferta de líquidos, porque a cardiopatia dificulta o fluxo de sangue para o pulmão e é preciso aumentá-lo.

Cirugia

A Tetralogia de Fallot só pode ser corrigida por meio de cirurgia. Normalmente é aguardada a idade de 6 a 12 meses para realizá-la, sendo feita a correção total do defeito.

Nos casos em que há muita crise de cianose com risco de morte, a cirurgia pode ser feita antes disso e a operação é paliativa, chama-se Blalock-Taussig modificado – coloca-se um tubo ligando a artéria aorta à pulmonar, possibilitando maior fluxo sanguíneo para o pulmão. Quando a criança estiver mais velha, é feita a cirurgia para a correção total.

Fonte: Guia do bebê com síndrome de Down, escrito pelo Dr. Zan Mustacchi e Movimento Down

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